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Porque Não Creio Na Astrologia

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

“O grande inimigo da verdade não é, geralmente, a mentira: deliberada, inventada, desonesta; mas, sim, o mito: persistente, persuasivo e fora da realidade” — Kennedy

“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto” — Gn 1.14-19

A finalidade de Deus, ao criar os astros e as estrelas, era iluminar a terra e determinar o andamento regular do tempo. De modo algum, sua pretensão foi, por meio desses astros, controlar o temperamento ou o destino do homem sobre a terra. Esta concepção não é real e muito menos bíblica. É querer usar as estrelas e os astros para um fim para o qual não foram criados. O resultado só pode ser um grande engano.

Os astrólogos sim, têm influenciado a atitude dos homens, levando-os a confiar mais em supostas previsões, baseadas nos astros, do que no exercício do seu livre-arbítrio diante de um Deus pessoal que exige deles uma resposta. As estrelas não têm nada a ver com isso. Os que pensam estar sendo manipulados pelo Sol, pela Lua e pelas estrelas, na verdade, estão sendo manipulados pelos astrólogos. Se pensarmos que Ronald Reagan, quando presidente dos EUA, se utilizava constantemente de astrólogos, só podemos concluir que estes sim, têm influenciado o mundo, e não as estrelas. Estas, se tivessem consciência, ficariam coradas de vergonha com o que é dito e feito em seu nome. Os “analfabetos do  espaço”, incapazes de ler o que dizem as estrelas, sujeitam se docilmente àqueles que alegam poder fazê-lo.

A astrologia tem sido um sistema de arte divinatória que tem influenciado a conduta da humanidade por milênios. Mas nem sua antiguidade nem sua popularidade podem torná-la veraz. Não há respostas satisfatórias para muitas perguntas concretas sobre este assunto. Há muitos motivos pelos quais não podemos crer na astrologia. Se a sua popularidade puder comprovar alguma coisa, então existem muitos outros absurdos que deveremos aceitar como verdade.

Por que não cremos na astrologia?

Porque as estrelas que vemos nos céus podem deixar de existir

As distâncias no espaço sideral são muito maiores do que podemos imaginar. São tão grandes que são medidas por uma unidade de distância chamada ano-luz, que equivale à distância percorrida pela luz no período de um ano. Se levarmos em conta que a velocidade da luz é de 300.000 km por segundo, em um ano a distância percorrida por ela seria de aproximadamente 9.000¹² km.

Quando imaginamos que depois do Sol a estrela mais próxima da terra se encontra há muitos anos-luz de distância, concluímos que na verdade a luz da estrela que estamos contemplando é uma luz emitida por ela há muitos anos. É complicado acreditar que esta distância permita qualquer influência dos corpos celestes sobre nós. Cálculo algum pode tornar coerente alguma influência deles sobre nossas vidas. Além disso, é possível que tal luz possa ser o reluzir de uma estrela que já nem existe mais!

Porque não existe uma razão lógica para que a nossa vida e temperamento sejam influenciados pelos astros

Que os astrólogos nos expliquem porque as posições dos astros influenciam nosso ser e destino. Que nos expliquem qual é a interação existente entre a massa e o movimento desses corpos celestes com o nosso modo de ser e com os acontecimentos de nossas vidas. É uma energia? É uma força física, espiritual? Os astros são deuses? Como podem atingir o nosso cérebro?

Não existem explicações plausíveis e razoáveis para todas estas indagações. Os próprios astrólogos desconhecem estes porquês e as pessoas que consultam horóscopos nem sempre se preocupam em perguntar. Talvez com medo de descobrir que suas crenças não têm fundamentos, elas preferem fazer de conta que as estrelas falam, enquanto os astrólogos fazem de conta que as ouvem.

Para o astrônomo Varella, diretor do Planetário Municipal de São Paulo, os postulados aceitos pelos astrólogos estão longe de constituir uma lei física:

“É pura invenção [...] é apenas mais uma evidência do egocentrismo praticado por quem considera que os astros exercem alguma influência sobre os seres humanos”. Graças às mais modernas pesquisas da astrofísica, descobriu-se que há no cosmo forças, partículas, subpartículas, agindo e reagindo entre si e sobre os astros. Mas nunca se detectou qualquer tipo de energia emanada dos planetas capaz de atravessar o espaço, penetrar na atmosfera terrestre e afetar as características de pessoas nascidas neste ou naquele instante.

Ainda vale a pena mencionar a declaração de I.W. Kelly, em seu livro Astrologia moderna: uma crítica. Ele não deixa dúvidas quanto à vaidade (futilidade) da astrologia e quanto aos verdadeiros elementos por trás dessa prática: “A astrologia, do modo que é praticada atualmente (seja na sua forma tradicional ou psicológica), não é de qualquer relevância na compreensão de nós mesmos ou de nosso lugar no cosmo. Seus defensores modernos não são capazes de explicar qual é o fundamento das associações astrológicas com as questões terrenas, não têm qualquer explicação plausível para suas alegações e não contribuíram com nenhum conhecimento de valor para qualquer campo das ciências sociais. Além disso, a astrologia não tem os recursos teóricos/conceituais para resolver adequadamente seus próprios problemas internos ou anomalias externas, ou para se decidir entre alegações e sistemas astrológicos conflitantes”.

Porque pessoas nascidas no mesmo dia e horário têm temperamentos e destinos diferentes

Esaú e Jacó é um caso bíblico e típico de gêmeos que tiveram temperamentos e destinos completamente distintos. Segundo os ensinamentos apregoados pela astrologia, suas vidas teriam de ser ao menos muito mais semelhantes do que foram. De fato, se existe uma prova bíblica da futilidade das afirmações astrológicas, esta prova é a vida destes dois irmãos.

Em primeiro plano, seus temperamentos eram evidentemente distintos, para não dizer opostos: “E cresceram os meninos, e Esaú foi homem perito na caça, homem do campo; mas Jacó era homem simples, habitando em tendas” (Gn 25.27). Percebemos logo em Jacó um comportamento mais brando, caseiro, sedentário. No caso de Esaú, porém, ele é enérgico, aventureiro. Mais tarde, iria viver de ataques contra as caravanas no deserto (Gn 27.39,40).

Em segundo plano, vemos atitudes diferentes dos dois irmãos, as quais vão determinar destinos diferentes. Enquanto Esaú não mostrou qualquer interesse por aquilo que era seu de direito (Gn 25.32), Jacó fez de tudo para conseguir, inclusive enganar seu pai (Gn 27.6-29). O Novo Testamento mostra claramente que o coração de Esaú era bem diferente do de Jacó (Hb 12.16,17).

E, por fim, eles tiveram destinos bem diferentes, que não foi determinado de forma alguma pelo dia ou ano de seu nascimento, visto serem praticamente idênticos. Suas vidas foram um resultado de suas decisões e da ação de Deus nelas. Foram as bênçãos de Deus ou a ausência das mesmas que causaram os respectivos resultados. Nada no espaço interferiu nas vidas de Esaú e Jacó e em seus destinos.

Além do exemplo bíblico, há um contemporâneo bastante significativo. Foi realizada uma pesquisa, na década de 50, com mais de dois mil bebês nascidos quase simultaneamente em um mesmo dia do mês de março, na cidade de Londres. Como o mapa astral das pessoas é baseado na hora e lugar do nascimento, os cientistas monitoraram esses bebês durante 45 anos na tentativa de identificar as características semelhantes entre eles na vida adulta. Mas não encontraram nenhuma semelhança no destino dos bebês, chamados de “gêmeos de tempo”. Também compararam mais de 100 características pessoais, como, por exemplo, agressividade, ansiedade, habilidade nos esportes e nas artes, desempenho nos estudos, etc., e fizeram testes de inteligência. Não descobriram nada parecido entre eles. A única conclusão a que puderam chegar foi que a astrologia é uma inutilidade.

Portanto, seja a Bíblia, sejam as pesquisas modernas, o que se pode concluir é que, na prática, as previsões astrológicas não oferecem qualquer evidência empírica. Muito pelo contrário, é evidente que o que menos influencia a vida e o destino de uma pessoa é o momento do seu nascimento. É uma explicação inválida para a vida humana e incapaz de apresentar qualquer sentido coerente para isto.

Porque a nossa vida é determinada por nossas escolhas e não pela impessoalidade dos astros

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência”(Dt 30.19; grifo nosso).

“Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra” (Is 1.19; grifo nosso).

“Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15; grifo nosso).

“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22.17; grifo nosso).

O livre-arbítrio foi o grande presente de Deus ao homem, que o tem tornado distinto das demais criaturas. O homem tem a possibilidade de refletir sobre sua situação e, mediante sua razão, tomar decisões. Seu destino é a colheita de sua própria semeadura (Os 8.7; Gl 6.7,8) e não a conseqüência cega do dia, mês e ano em que nasceu. O futuro do ser humano não pode ficar atrelado às estrelas. Isto não seria justo. Só pode ficar atrelado às suas próprias decisões nesta vida. Não é nada consolador dizer a alguém que sofre por causa de uma tragédia que isto era inevitável porque já estava determinado em seu nascimento.

Não se pode negar que se as proposições da astrologia forem levada a sério o homem é um mero escravo de um determinismo planetário. Seu destino e ser estão escritos nas estrelas. Assim como não pode mudar as leis fixas das estrelas (Jr 31.35), também não pode mudar essas conseqüências em sua vida. Quando os astrólogos tentam desculpar-se, dizendo que a astrologia é apenas uma influência, então nos perguntamos em que ela pode ser útil. O ser humano já é cercado, por dentro e por fora, por coisas que influenciam suas atitudes. Temperamento, personalidade, educação, meio ambiente, contexto social, etc. Todas, embora o influenciem, não são determinantes. Esperam uma resposta de sua parte. Achar que, além dessas influências todas, nos resta alguma na disposição dos planetas, é apoiar-se em algo não só improvável, mas impossível.

Mais um detalhe: Se eu posso me desviar do mal (Jó 1.1; Pv 22.3), então não cairei nele. Não posso aceitar que só porque nasci em tal data estou definitivamente fadado a sofrer algo ou mesmo a obter algo. Este pensamento fatalista é deveras ruim para a vida do homem sobre a terra.

Porque o sustentáculo da astrologia é o comércio, não a verdade

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males”, escreveu o apóstolo Paulo ao seu discípulo Timóteo (1Tm 6.10). E, na verdade, muitos tipos de erros e enganos são sustentados pelo mercado, independente de sua veracidade. As máquinas de propaganda constantemente fazem as pessoas comprarem um produto que não precisam por um preço que não podem pagar. Esta é a sua missão.

Com a astrologia não é diferente. Sua popularidade não é proporcional à sua utilidade ou veracidade, mas à publicidade que a promove e ao lucro que resulta disso. A ajuda que ela oferece às pessoas, seja psicológica ou real, é “zero”.

As bases para suas afirmações são excessivamente frágeis. As pessoas que lêem e consultam horóscopos e astrólogos dificilmente encontram apoio sólido para suas decisões. Alguém já disse: “A falácia que me alegra é preferível à verdade que me entristeça”. As pessoas preferem ser consoladas pela ilusão a ser confrontadas com a realidade. Mas os valores movimentados por este segmento são altos o suficiente para mantê-lo vivo.

Existe uma miríade de publicações periódicas especializadas no assunto. Sem falar que todo jornal ou revista que se preze, independente do assunto que aborde, traz sua seção de astrologia. Isto quando não vemos os mais diversos assuntos abordados de um ponto de vista astrológico. Além disso, há livros, cursos e outros materiais, o que faz que o ramo se “profissionalize” cada vez
mais. O preço de um mapa astral atualmente varia em torno de R$ 30,00 a R$ 600,00, aproximadamente. E a procura cresce a cada dia.

Embora qualquer pessoa séria perceba o engano por trás dessa crença, a aura de misticismo que a envolve, aliada a uma propaganda maciça, transforma fumaça em castelos sobre a rocha. Acaba se tornando um hobby, um hábito que será praticado mesmo sem convicção, quase automaticamente. Já dizia Goebbels, chefe do Departamento de Propaganda de Hitler, que “vinte e cinco mentiras valem por uma verdade”. A máxima não pronunciada de que “se é popular, então é verdadeiro” é que prevalece.

Se um jornal tirasse a seção de economia de suas páginas, causaria menos polêmica do que se tirasse a seção de astrologia. Mesmo que a astrologia do jornal não passe de alguns conselhos “interessantes” emitidos por um jornalista qualquer, algumas pessoas se tornam tão viciadas que não saem de casa sem lê-los. Para o jornal ou revista, é uma questão econômica e não espiritual. A única questão envolvida é a do retorno financeiro. (Uma jornalista que trabalhava para um grande diário confessou, certa vez, que quando ficou encarregada da seção de astrologia misturava “previsões” de edições antigas e as liberava para publicação).

Basta ler alguns dos horóscopos que circulam nos periódicos, mesmo nos especializados, para perceber que não passam de conselhos e possibilidades que se encaixam com qualquer pessoa, em qualquer lugar sobre a terra. Nada há de exato e extraordinário. Mas não cessarão. A máquina econômica é muito lucrativa para que a deixem morrer.

Porque as afirmações da astrologia são arbitrárias

Por exemplo, Roy Gillet, presidente de uma das maiores associações de astrólogos do Reino Unido, fez a seguinte observação política sobre W. Bush, presidente dos EUA, e Tony Blair, primeiro-ministro inglês: “Descobri que o Blair tem a Lua em Aquário, coisa de gente muito fechada, auto-suficiente. Ele e o Bush têm o Sol em Câncer, por isso são tão amigos e não dão satisfação a ninguém. Fazem sempre o contrário do que o mundo inteiro espera deles”.

Por que “ter a Lua em Aquário” faz alguém ser fechado? Não poderia fazer a pessoa ser concentrada, ou analítica, ou extrovertida, ou alegre, por exemplo?

Por que o fato de ambos terem “o Sol em Câncer” os faz amigos? De onde vem o conhecimento de que tal posição dos astros indica tal atitude nas pessoas? É algum tipo de lei da natureza? São leis universais aceitas por todos os astrólogos de todas as épocas em todos os lugares? Essas leis podem ser comprovadas? Ou são meros produtos da opinião dos astrólogos?

As leis astronômicas foram descobertas pelos astrônomos. As leis astrológicas foram inventadas pelos astrólogos. Não existem lógicas em suas deduções. Não existem princípios que possam ser extraídos e aplicados infalivelmente em qualquer tempo e lugar. Tudo o que é dito a respeito de uma interpretação astrológica é dito arbitrariamente, segundo a criatividade e opinião do
astrólogo. O significado dos astros não é extraído por algum processo lógico, mas, sim, atribuído pelos astrólogos conforme a “fertilidade” de sua imaginação.

Porque a astrologia está ligada ao paganismo

Os nomes dos planetas: Vênus, Marte, Saturno, Plutão, não foram escolhidos por acaso. Eram os nomes dos deuses do panteão greco-romano. Todavia, mais do que nomes, os gregos e os romanos consideravam os astros como deuses. Vemos esta associação com a explicação fornecida por uma astróloga referente ao planeta Marte: “Do que a astrologia é capaz, afinal? Segundo Celisa Beranger, a astrologia é um saber simbólico: faz associações entre movimentos celestes e eventos terrestres, e as interpreta como quer. Um exemplo: ‘Qual é o significado quando Marte se aproxima da Terra?’. Ele tem um significado: Marte é o deus da guerra. A sua analogia é de beligerância ou de belicosidade, explica Celisa”.

Gostaríamos de uma resposta para a seguinte questão: Marte é o deus da guerra? Em qual crença? Cristã? Muçulmana? Ou pagã? Existe, de fato, o deus da guerra? E o que ele tem a ver com o planeta que leva o seu nome? Esta associação não tem sentido nenhum. Vejamos bem: o que temos aqui é um deus inexistente (imaginário), que empresta seu nome para um corpo celeste que, por causa desse empréstimo, passa a exercer a influência segundo a característica do deus inexistente. Pagananismo e astrologia andam de mãos dadas.

Os egípcios foram os primeiros a construir um calendário solar. Separaram um grupo de 36 estrelas brilhantes que, uma a uma, foram separadas entre si por um período de dez dias. Essas estrelas, que serviam para indicar o tempo através dos anos, vieram a ser chamadas de decanos (termo do tarô). Cada decano foi concebido como sendo um espírito com poder sobre o período de tempo para o qual servia. Com isso, podemos ver a identificação da astrologia com os deuses
pagãos.

Quando a astrologia foi levada da Mesopotâmia para a Grécia, os planetas passaram a ser para os gregos o que já eram para os mesopotâmicos – não simplesmente astros, mas deuses. Como os filósofos não puderam abolir os deuses da crença popular, por escolha ou necessidade, eles, então, identificaram os dois (deuses e crenças populares). Platão chegou a propor em sua obra, As leis,
que o Sol deveria ser adorado com o título de Apolo.

Por outro lado, é maravilhoso ver que Moisés, instruído nas artes e ciências do Egito, ensinou a Israel, pela revelação divina, a afastar-se desse tipo de idolatria. Disse ele: “Que não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus; e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles que o SENHOR teu Deus repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus” (Dt 4.19). Sua concepção era de um Universo criado por Deus para o bem do homem e não de um Universo que era algum deus.

Por essas palavras, percebemos que a adoração aos astros era comum na antiguidade. Mas aqueles que queriam ser fiéis a Deus fugiam disso: “Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em
cima” (Jó 31.26-28).

Conhecendo as raízes da astrologia, cabe ao homem afastar-se desta para apegar-se ao Deus vivo.

Porque a astrologia está ligada à magia

“Caso de um acaso bem marcado em cartas de tarô. Meu amor, o nosso amor estava escrito nas estrelas, tava sim…”. Era a música de uma cantora pop da década de 80. É fácil perceber o quanto a astrologia está próxima de outros tipos de magia e ocultismo. O perfil do astrólogo não se harmoniza, em ponto algum, com o do pesquisador, do astrônomo ou do cientista. Ele não é um pensador, nem um filósofo. Na verdade, é um “vidente”, um tarólogo, um bruxo, um quiromante, ou algo parecido. Quem lida com astrologia lida com os poderes do oculto e não com as evidências da ciência ou da sabedoria. Negar isto é tolice.

Por mais que os astrólogos queiram incluir cálculos matemáticos e astronômicos em suas “previsões”, isto não os redime. Na verdade, os resultados de suas análises têm mais a ver com a mediunidade do que com a precisão científica. Longe de ser uma ciência exata, a astrologia não passa de uma arte de adivinhação tão condenada pela Bíblia como as demais.

A astrologia é irmã gêmea da magia. Em seu livro sobre magia moderna (wicca), Eddie Van Feu afirma: “Todos os rituais devem seguir uma tabela planetária para uma melhor eficácia…”. Segundo ela, “você precisa saber quais influências cada planeta exerce e consultar as horas e os dias de acordo com seu ritual ou encantamento”. Lua cheia, solstícios, influência dos planetas (cada astro exerce uma influência específica), são elementos comuns à bruxaria.

Porque a Bíblia condena todo tipo de adivinhação e ocultismo

A astrologia, em sua forma tradicional, é um método de adivinhação baseado na teoria de que as posições e movimentos dos corpos celestes (estrelas, planetas, Sol e Lua), no momento do nascimento, influenciam profundamente a vida da pessoa. Na sua forma psicológica, a astrologia é um tipo de terapia da Nova Era, usada para a autocompreensão e análise da personalidade.

Tem sido a porta de entrada mais comum para outros tipos de ocultismo. Embora em sua comercialização assuma, muitas vezes, um caráter inocente, quase como que de uma brincadeira popular, quando, porém, proferida e utilizada por verdadeiros astrólogos, torna-se tão nociva espiritualmente quanto as outras formas de adivinhação.

Quem deseja, pois, se afastar de todo tipo de práticas proibidas deve também se afastar da astrologia, ainda que apresente aparência de inocência. “Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti” (Dt 18.9-12).

Por este motivo, o profeta Isaías, ao proferir seu juízo contra a idólatra Babilônia, também não pôde deixar de profetizar contra seus “agoureiros dos céus”, aqueles que se diziam capazes de predizer o futuro por meio das estrelas: “Deixa-te estar com os teus encantamentos, e com a multidão das tuas feitiçarias, em que trabalhaste desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito, ou se porventura te podes fortalecer. Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que há de vir sobre ti. Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará; não poderão salvar a sua vida do poder das chamas; não haverá brasas, para se aquentar, nem fogo para se assentar junto dele. Assim serão para contigo aqueles com quem trabalhaste, os teus negociantes desde a tua mocidade; cada qual irá vagueando pelo seu caminho; ninguém te salvará” (Is 47.12-15; grifo nosso).

Porque eu entreguei minha vida a Jesus e Ele é o Senhor das minhas atitudes, do meu presente e do meu futuro

A experiência cristã de conversão e novo nascimento põe fim completo à crença na astrologia. Para alguém que passou a viver sob o senhorio de Jesus Cristo, não existe lugar para a noção de que o movimento dos astros no céu seja responsável por qualquer coisa em sua vida, seja seu jeito de ser e pensar, seja seu futuro.

A vida cristã é concebida em termos do caráter de Cristo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Somos transformados pelo Espírito Santo (2Co 3.18) para nos tornarmos semelhantes a Cristo (Rm 8.29). Antes disso, está escrito que éramos controlados por nossa carne, pensamento e, também, por Satanás (Ef 2.2,3). Não podemos aceitar a “forma” deste mundo (Rm 12.2), e isto inclui rejeitar a crença na astrologia como fator determinante de nossa personalidade.

A vida cristã é regida por chamado e ministério (At 20.24). Deus tem um propósito e um futuro para a nossa vida (Jr 29.11), e devemos viver segundo este propósito para que possamos chegar a este futuro que Ele nos tem preparado. Não há espaço para confiar em coisas “escritas nas estrelas”. Nada que aconteça no espaço sideral deve nos atemorizar. Nenhuma previsão astrológica deve causar qualquer preocupação em nosso coração. “Não vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações” (Jr 10.2). Um crente de verdade está seguro da sua vida nas mãos de Deus e de modo algum vai se deixar enganar pelos absurdos da astrologia.

Não podemos aceitar nada na astrologia

Nem seus conceitos, suas explicações, suas reivindicações. Não há nada escrito nas estrelas sobre o destino individual de ninguém. Os astros definitivamente não predizem o futuro. Definitivamente também não influenciam o comportamento humano. Se quiserem, as pessoas podem mudar esses fatos ou continuar apegando-se a crendices supersticiosas. Mas não podem ter uma confiança verdadeira em Deus e nos astros ao mesmo tempo.

Se há algo para o homem entender quando olha para as estrelas, com certeza não é seu temperamento nem seu futuro. Mas pode olhar para o céu e reconhecer um pouco da glória e do poder de Deus: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as sua coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas” (Rm 1.19,20).

Pode também fazer como o rei Davi e perceber a bondade de Deus e a pequenez do ser humano diante da grandeza do Universo:

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (Sl 8.3-9).

Glória ao Deus que é sobre todas as coisas!

Mapa astral – Aspectos Planetários

Os astrólogos acreditam que os traços de personalidade e a direção da vida de um indivíduo são revelados pela posição das estrelas e dos planetas por ocasião do seu nascimento. Para interpretar possibilidades e ver como poderiam ser desenvolvidos certos potenciais, os astrólogos seguem o mapa astral.

Elaborar um mapa completo é um processo complicado que exige consulta a diversas fontes. Tais cálculos só podem ser dominados com instrução, paciência e prática.

De acordo com a tradição, pede-se para um astrólogo experiente traçar este mapa. Em geral, este cobra uma taxa que inclui uma interpretação do mapa e os conselhos aos respectivos conflitos descobertos.

Um dos aspectos mais poderosos que podem aparecer em um mapa são a oposição, a quadratura, a conjunção e o trígono. Para interpretá-los, leva-se em consideração a natureza dos planetas envolvidos. Abaixo, você encontra os exemplos pela posição em Marte e Saturno. Veja:

Oposição

Aqui, o planeta Saturno – que simboliza estrutura, disciplina e autoridade – aparece na primeira casa, que governa a independência. Marte – que representa desejo, energia e sexualidade – opõe-se a Saturno na sétima casa, que rege as parcerias. Os astrólogos interpretam esse aspecto de oposição como um forte conflito entre o desejo de ficar sozinho e autocontido e a busca agressiva de relacionamento com os demais.

Quadratura

Este aspecto de quadratura revela um conflito entre Marte na quarta casa, que governa a infância, e Saturno representa a autoridade e a disciplina, além da paternidade e do relacionamento com o pai. Para os astrólogos, esse aspecto assinala o conflito de alguém com o pai, bem como com outras figuras de autoridade.

Conjunção

Neste aspecto, que se costuma interpretar como sinal de luta interna, os planetas Marte e Saturno aparecem na quinta casa, que se julga reger a criatividade. Neste caso, Marte, que representa o desejo e as coisas físicas, está em luta com Saturno, símbolo da disciplina; segundo a interpretação de um astrólogo, esta conjunção poderia significar uma luta contra a letargia ou a dificuldade em impor disciplina a uma energia física.

Trígono

Marte na sétima casa, que se supõe ser regente das relações e parcerias íntimas, seta separado por 120 graus de Saturno na casa 11, que se supõe descrever tanto a interação social quanto a criativa. Esse aspecto, dizem os astrólogos, cria uma atmosfera na qual parcerias energéticas resultam em
contribuições sociais responsáveis.

Glifos planetários

No mapa natal, cada planeta, o Sol e a Lua são representados por um símbolo, ou glifo. Os planetas retrógrados – aqueles que, vistos da Terra, parecem estar andando para trás – são anotados com um símbolo especial, assim como os nodos Norte e Sul da Lua, pontos em que a órbita mensal da Lua cruza a eclíptica.

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Notas:

COSTA, Jefferson Magno. Porque Deus condena o espiritismo. CPAD, 1987.

VAN FEU, Eddie. Wicca.Editora Escala, 2003.

Enciclopédia Britânica. Verbete Astrologia Vol 2, Edição de 1967.

Revista Superinteressante, nº 10, ano 2, out/1988.

KELLY, I.W. Modern Astrology: a critique, p. 931.

http://www.cetico.hpg.ig.com.br/astrologia.html.

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